Problemas!

Parei temporariamente, por bloqueio de ideias DESSA historia!
Quem gostou da minha escrita, visite meu perfil do nyah, onde eu posto mais escritas minhas

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Continuação

Depois:
Abro os olhos e pisco varias vezes antes de me acostumar com a luz.
Levanto-me da cama que parece ser de hospital, igual ao quarto, mas percebo que não é. Sei que é um hospício. Como sei? Não sei.
Coloco os pés no chão gelado e estremeço. Por que estou aqui? Coloquei uma pantufa de coelho que estava na ponta da cama e sorri. Bem mais quente.
Olho para um espelho que se encontrava atrás de uma proteção que ficava embutido na parede e vi meu estado. Meu cabelo estava uma bagunça total, cheio de nós pretos, muito levantado. Meus olhos azuis confusos, exatamente como eu me sentia. Meu corpo coberto por um vestido que ia até a metade do meu braço branco com bolinhas azuis.
Olho para o lado e vejo uma escova de cabelo. Pego ela e começo a escovar delicadamente meu cabelo, com calma e paciência, sem querer arrebentar os fios.
Quando pronta me olho no espelho e meu cabelo estava liso, meio oleoso, mas caindo um pouco abaixo do meu peito. Suspirei e fui até o armário e quando abri, achei apenas quatro blusas, três saias, duas calças jeans e um vestido. Peguei uma blusa de manga comprida, porém fina e com gola. Eu deixei a blusa branca por cima da calça jeans azul escura. Fui ver se tinha algum sapato, mas não achei nada.
Sai do quarto e comecei a andar pelo hospício com minhas pantufas. Como de costume era todo o branco o corredor, com luzes para iluminar. Não tinha nada nele, a não ser placas que indicavam os locais e varias porta. Andei e andei. Olhei para o lado direito e vi uma escada branca, comprida e larga.
Subi nela, e quando cheguei em um andar com mais portas, e sem mais ninguém, como antes, subi mais uma escada que estava ao lado dessa.
Quando cheguei, tinha mais portas, apesar de eu sentir que tinha algo mais. Andei, andei até chegar em uma porta escrita “ENTRADA PROIBIDA”... Tentei abrir, mas não deu certo, por isso, olhei para os lados e minha mão tocou a porta e então se abriu.
“COMO FIZ ISSO?!” O que quer que esteja acontecendo, eu não sei de nada. Como fiz isso? Não sei.
Subi as escadas e fechei a porta atrás de mim. Caminhei devagar pelos degraus de cimento estreitos. Quando cheguei no topo, percebi que aqui era o teto do prédio... Como é que chama...? Telhado? Acho que é isso. Era plano, sem nada. É largo e comprido. Todo de cimento.
Caminhei até a ponta e avistei a rua. Tinha carros estacionados nela. Está de noite, o breu iluminado apenas pela lua e os postes de luz. Olhei em volta do hospício e vi que ele era cercado com mais de cinco metros de muro de cimento pintado de branco, com detalhes azuis. Eu consigo ver tão bem! Tão bem, como consigo ver de dia. Podia ver tão longe como quisesse. Suspirei e olhei para o céu. Cheio de estrelas.
Deito no chão , bem no meio do pátio e olho para cima. Sorri vendo as estrelas, então eu simplesmente viajo através delas de olho fechado. Depois de algumas horas, abro os olhos e vejo o sol nascendo.
Resolvo sair de lá e descer para o meu andar.
Rapidamente saio do terceiro andar, indo para o segundo, vendo que já tinha pessoas andando pelos corredores. Vou até o meu andar, vendo que tinha muitas mais pessoas lá.
Olhei um relógio que ficava na parede e vi que era cinco horas da manhã. Estranhei, pois sabia que o sol acabava de nascer...
Olhei para um lado, vendo que um garoto de cabelo loiro escuro de olhos de um profundo verde vinha na minha direção.  Neguei com a cabeça e olhei a ele assustada. Eu o conhecia. Sabia quem era ele... Mas não sabia como eu sabia. Ele era um problema para o meu coração. Uma parte de mim frágil. Uma parte que eu gostava, que colocava tudo a perder. Que colocava tudo em perigo.
-O que foi Pan? – ele disse e eu assustei – Pan? Pan, está tudo bem?
-Por que está me chamando de Pan? – eu perguntei assustada.              
-É o seu apelido. – ele deu um riso fraco – Que isso Pan, a pancada do ultimo trabalho foi tão forte assim?
Vou para mais perto dele, percebo que ele deve ter uns vinte centímetros a mais que eu (ou seja oitenta e sete), e tento ver além do que os olhos dele me mostram. Tento ir além daquele mar esverdeado, que eu poderia facilmente me afogar.
-Pan! – ele falou bravo – Pare de tentar entrar na minha mente! Perdeu o juízo?!
Sacudi a cabeça. Eu estava entrando na mente dele? Então eu percebo. Sim, eu estava. Como, não sei. Inclinei um pouco a cabeça para o lado e questionei-o com o olhar.
-Venha. – ele falou com raiva – Os mestres nos chamou... Eu estava indo ver se você tinha acordado.
Ele saiu andando rapidamente pelo caminho que veio e eu fui atrás rapidamente. Tentei perguntar aonde íamos, mas ele não parou quando chamei sua atenção. Então, segui-o quieta e fomos até uma porta escrita “PERIGO DE MORTE”. Ele a abriu com um código que ficava ao lado e então sua mão ficou a poucos centímetros da fechadura por alguns instantes antes de abrir ela. Atrás dela, havia outra porta. A mão dele iluminou e a porta se abriu sozinha e depois que passamos, também se fechou sozinha.
-O que foi isso ai atrás? – falei quando caminhávamos pelo corredor estreito e azul – Como que você fez aquilo?!
-Magia. – ele falou e me olhou sobre seu ombro – Não sou tão bom como você para fazer as duas portas se abrirem juntas e ao mesmo tempo, mas da um desconto.
-Como?! – eu disse assustada – Aonde estamos indo?!
-Estamos indo na sede caramba! Os mestres nos chamou! Está surda menina?!
Eu neguei com a cabeça e abaixei a cabeça envergonhada, sentindo minhas bochechas corando.
-Não acredito! Pan, corada! – ele riu alto e então eu lhe mostro a língua em um gesto infantil, mas ainda bem que ele não viu, pois virou de novo para se concentrar no caminho – Os mestres querem saber como foi que você deixou passar que o seu melhor amigo era aquele que procurávamos para informações... Para matar, melhor dizendo.
-Não sei do que você fala. – eu disse confusa, mas então, aparece uma porta na nossa frente e se abre rapidamente... Um elevador – Aonde isso leva?
-Na sede! – falou impaciente – Todos nos esperam. Até parece que esqueceu de tudo.
Engoli em seco. Eu realmente nem se quer sabia meu nome, mas achei melhor ficar quieta. Segui-o e em instantes chegamos a uma grande porta dourada. Quando abriu, vi alguns adolescentes sentados em alguns bancos de madeiras e uma mesa que tinha cinco degraus de diferença. Lá se encontrava cinco lugares, e todos ocupados. Eu sabia que um deles, era o meu tio. Olhei para ele, vendo que seu cabelo preto era igual ao meu, só que mais curto e o que diferenciava era o seu olhar preto, totalmente vidrado, sem demonstrar nenhuma piedade, nenhuma emoção.
Por cuidado de mim mesma e dele, sabia que não deveria chamar ele de tio, nem falar, antes que me perguntasse antes... Como sabia? Já sabe a resposta. Não sabia.
Peguei e fiquei no meio de um desenho de uma estrala roxa que era circulada que ficava no chão. Todos ficaram em silêncio.
-Comece a se explicar... Como deixou passar que quem era o monstro era o seu melhor amigo?! – um homem disse.
-Não sei. – falei honestamente – Eu não sei de nada.
-Como assim, você não sabe de nada?! – outro disse e senti minha mente ser invadida.
Simplesmente abri um pouco e gritei na minha mente tão alto como pude, evitando ele de entrar.
-Não. – falei simplesmente – Eu não sei.
-Ela perdeu a memória. – isso quem disse foi outra pessoa que estava no banco – Ela... Ela simplesmente nem se quer deixou eu entrar. O bloqueio está muito forte. Aqui, pelo menos, não era para estar. Nunca encontrei o bloqueio dela tão forte.
-Ela me bloqueou tão fácil! – o homem que tentou ver minha mente disse e então eu olho diretamente para ele e vejo além dos seu olhos carmim. “Como ela fez isso... Espere. Se a Pan perdeu a memória, como ela ficou mais forte? A não ser que a barreira que os pais dela colocaram tenha sido quebrada e o poder tenha sido solto...”
-Que barreira? – perguntei – Que barreira meus pais colocaram? Quer dizer, você quis dizer isso para mim né?
-Sua... Você leu minha mente! – ele me olhou tão furiosamente, que quase vi faísca saindo dos seus olhos.
-PARE! – quem disse isso agora, foi meu tio – Ela perdeu a memória, consequentemente, não sabe de nada. Eu ordeno, essa sessão está acabada. Eu vou falar com ela. Josh, Laura e Caio fiquem.
Todos saíram, menos o que eu acho ser meu tio, o garoto de olhos verdes profundos, uma garota com o cabelo ruivo e todo cacheado, com pintas vermelhar pela bochecha e um garoto diferente. Ele tinha os olhos castanhos, o cabelo ruivo, igual o da menina, a única diferença entre eles, era o sexo e que ele não tinhas pintas pelo rosto.
-Pan, do que você se lembra? – o garoto de olhos verdes disse.
-Nada. Quero dizer, não lembro nada da minha vida... Mas magia não existe... Não é? – falei assustada.
-É a pancada foi muito forte. – o de olhos verdes disse – Mas você sabe que eu sou o Josh, né?
Neguei com a cabeça e então olho nos olhos do meu tio. Ele parece abrir sua mente, como se conversássemos por ela.
“O que você lembra Pan?”
“Sei que você é o meu tio.” Pensei “Mas não sei o seu nome, nem o meu... Quer dizer, meu nome é Pan.” Sorri e ele respondeu em sua mente.
“Meu nome é Enrique. E o seu é Pandora.”
-Não me chame de Pandora! – falei sem saber o porquê, mas preferi mais Pan.
-Ela continua a mesma! – o que seria o Caio disse – Ainda não gosta de ser chamada de Pandora.
-Quem daria um nome assim? – falei brava.
-Sua mãe sonhou com esse nome antes de ter você. – Laura disse e sorriu – Quantas vezes ela já nos disse isso, né amor? – ela falou e segurou na cintura do Josh – Mas agora a questão é que nós temos que fazer você lembrar de tudo!
Fechei minha mente, pois senti uma pontada de ciúmes por eles dois, mas simplesmente ignorei e sorri. Sabia que aquele sorriso havia convencido a todos, e senti como se usa se muito ele.
-Tudo bem, mas você se lembra que eu sou seu namorado né?! – Caio disse e eu olhei para ele estranhando.
-Não. – falei e então fiquei de olhos arregalados.
-Ele não é! – Laura disse e eu suspirei aliviada – Ele é só o meu gêmeo... O seu namorado, é outro garoto. Ele chama Eric. Vou ligar para ele. – ela pegou o celular e discou tão rápido que nem vi seus dedos no celular – Ele te ama demais! É incrível! – ela riu e então esperou.
-Vá falar para lá! – meu tio disse e eu sorri.
-Eu tenho um namorado? – falei – Não consigo me imaginar namorando ninguém.
-Pois é. Mas quantas vezes já ouvi você falando maravilha dele? – meu tio disse e eu ri.
-Tio, pode me dizer o que aconteceu para o conselho está tão bravo comigo?
-Você se desviou da missão... Quer dizer... Você buscava informações, tinha informações corretas, mas ao mesmo tempo algumas erradas. Quando descobriu que quem era o monstro que procurávamos era o seu melhor amigo, você foi conversar com ele, pois não queria que ele sofresse ou algo do gênero. Acabou que você foi atacada por ele e agora está aqui, sem memória.
Rangi os dentes. Uma sensação que eu já senti, me atingiu de novo. Raiva, traição, mas acima de tudo, uma profunda tristeza de perder um grande amigo.
“Não fui eu. Eu não fiz nada...” A frase foi sussurrada na minha mente, como uma lembrança apagada. Ela se repetiu e eu abaixei a cabeça. Senti verdade naquelas palavras e ao mesmo tempo, sabia que aquela voz, era de um grande amigo.
-Ele não fez... – sussurrei tão baixo, mas então parei bruscamente.
Se eu falasse algo, sabia, não sei como, mas sabia que estaria encrencada. Achariam que eu lembrava de algo, ou que eu o defendia.
-O que? – meu tio pergunta e eu nego com a cabeça.
O Josh me olha estranho, mas a Laura chama sua atenção e ele sorri para ela, e percebo que ele não sabe do que ela fala. Olho para o Caio e ele prestava atenção em seu tênis desamarrado.
-Por que não o amarra? – perguntei e ele olhou para cima corando.
-É... – ele se abaixou e amarrou o cadarço.
-Quando se lembrar de mais coisas, venha nos procurar. – meu tio disse e eu assenti.
-Tchau. – com um aceno de cabeça sai da sala, mas ouvi antes.
-Vá com ela Josh. – a voz do meu tio era uma ordem e eu tremi.
-Por que ele?! – Laura grita, parecendo brava e cansada – Por que não meu irmão?!
-Laura! – o próprio Josh diz e eu dou a volta para olhar ele se afastando dela bruscamente – Para com esse ciúme sem fundamento! A gente nem é tão amigos assim!
-Josh, fique. – minha voz saiu em um tom de ordem, e parecia até superior do que a do meu tio – Eu vou sozinha!
Falando isso, sai da sala rapidamente e corri até sair por onde entrei. Quando cheguei dentro no meu quarto, procurei loucamente por um sapato e assim que achei, coloquei o tênis preto e sai do quarto, batendo contra o peito do Josh. Gemi baixo e olhei para cima, encarando perfeitos olhos verdes.
Então quase tudo volta. E então tudo fica escuro.
Porque eu tenho que ficar desmaiando??

Um comentário: